Acordamos cedo e vimos que o clima estava melhor que no dia anterior. Não chovia e em alguns momentos fazia sol. Tomamos um café da manhã reforçado e até exageramos no chocolate (o hotel colocara no buffet um gigantesco ovo de Páscoa quebrado em pedações para os hóspedes se servirem à vontade, e nós não fizemos cerimônia). Resolvemos ir ao Vaticano - a pé.
Mapa da cidade na mão, descemos de novo na estação Colosseo. Mas isso fica perto do Vaticano? Não, são uns 4 ou 5 km Mas vai vendo. Antigamente, diziam que todas as estradas levam a Roma. Bem, em Roma, parece que todas as estradas levam ao Coliseu. O bicho domina a paisagem, é ponto de convergência de várias vias importantes e começar um passeio nessa área, em direção a qualquer canto da cidade, é garantia de um trajeto recheado de beleza e história. Faça o passeio a pé, você não vai se arrepender - e seus álbuns de fotos agradecerão. ;-)
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Coliseu, o Anfiteatro Flaviano, nosso ponto de partida... de novo! :) |
Seguimos pela Via del Fagutale, onde encontramos uma pequena igreja que nos chamou a atenção por ter uma placa escrita em alfabeto cirílico. Era a igreja Santi Sergio e Bacco, que desde 1970 é a igreja dos ucranianos em Roma. Peraí... São Bacco? Bem pagão.
Andamos até a Rua Cavour e conseguimos ver ao longe parte de outra igreja - é o que mais se vê em Roma. Essa imponente construção era a Basílica di Santa Maria Maggiore. Foi iniciada no século V e sofreu várias reformas através dos séculos. Seu exterior recebeu influências arquitetônicas de diferentes momentos na história. Em seu interior, vemos o teto ricamente ornado em ouro trazido das Américas na primeira expedição de Cristóvão Colombo.
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Aqui você pode se confessar em várias línguas, que tudo!!! |
Continuamos nosso passeio pela Via Agostino Depretis, que nos levou até o cruzamento da igreja San Carlo alle Quattro Fontane, que toma seu nome das quatro fontes nas esquinas. É um bonito exemplo de arte barroca.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjLolyj1QBq3OTNoS299HhMqD6FL1DsD8GZmuE2NAM2gCQEfh8scjvdKMiruCWf87T3I8-_ECajVr8-qu9XaaRprOfdb5rT2csOYSD6qT8O2lYmALT0V4bQzzsRrFjhyphenhyphenmn-6I_pVEGR9kiL/s1600/fonte2.jpg)
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgH2gF9rJSHquJlFoui7tZ19JsOsV8BJKZ7Pj6440PzSgfU-NcU6dOv3bsxGzWJafZDHQBlBXurUgJMHKCzQMm2DnDhZrQzvQcK65clU3P-Z71mTUbNV6PKJEx3FFLhyphenhyphen4_0bLOtH7t7qXm3/s1600/fonte3.jpg)
Na mesma rua, chegamos à Via del Tritone. Naquele momento vimos em nosso mapa que estávamos perto da famosa Fontana de Trevi e nos desviamos para lá. Quem estava com pressa de ver o Vaticano? Mas, chegando ali, a área parecia mais lotada que a Parada Gay e mal conseguiamos ver a fonte. Saca a multidão:
E o lugar é impressionante mesmo. Mostra Netuno rodeado por um séquito de tritões tentando controlar cavalos que representam as águas vindas do aqueduto. Mesmo lotado, vale a visita.
Dizem que, jogando uma moeda na fonte, o turista algum dia retorna a Roma. Nós não jogamos coisa alguma... do jeito que somos sovinas, preferimos guardar essa moeda para juntar dinheiro novamente e fazer outra viagem à cidade eterna! :)
Andamos pela Via del Corso e atravessamos a Ponte Cavour sobre o Rio Tibre, que os romanos chamam de Tevere. Do outro lado, passamos pelo impressionante Palazzo de Giutizia, o supremo tribunal romano, e o Castel Sant'Angelo, iniciado pelo imperador Adriano e usado como fortaleza papal na Idade Média. Hoje, é um museu. Diante desses edifícios uma feira se estendia, com barracas oferecendo desde lanches até roupas e acessórios, e aproveitamos para comer uns sanduíches de queijo. Logo adiante estava o Vaticano! Mas a fila para visitar a Basilica di San Pietro rivalizava com a multidão que há pouco enfrentáramos na Fontana e desistimos de esperar horas para conhecer seu interior. Mas mesmo por fora o templo é uma visão belíssima e recompensadora, até para visitantes não-cristãos como nós. ;-)
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Isto é fila que se apresente? O que esse povo todo tá fazendo aqui em plena segunda-feira?! |
E como final de tarde em Roma para nós era hora do almoço, comemos alguns panini, bebemos água e já estávamos prontos para mais caminhadas. Acredite, fazer Roma a pé compensa. Claro que você não poderá ir a todos os lugares a pé (ilustraremos isso em um futuro post), mas caminhar até os pontos turísticos vale a pena, pois no caminho entre uma atração e outra você passará por delícias visuais inesperadas. Roma é uma cidade de pequenas e grandes surpresas, onde você pode virar uma esquina e dar de cara com uma simpática viela de sobrados com flores nas janelas e lambretas estacionadas diante de cantinas, bancas de frutas, comidas e bugigangas mil, pequenas fontes ocultas em becos, esplêndidas igrejas de toda as épocas e até restos da glória de uma pagã. Experiências inesquecíveis.
Atravessamos de novo o Tibre para ver mais Roma!
Vendo esta foto do Tibre, temos que fazer uma crítica a nós, brasileiros, principalmente aos paulistanos: não há na cidade de São Paulo rios "vivos". Ou estão poluídos ou aterrados, contornados por vias expressas que proíbem aos pedestres andar no seu entorno. Nossos avós chegaram a nadar no Tietê em plena Sampa, mas nossa geração sequer tem o direito a uma caminhada prazerosa ao longo do rio. Mas ainda sonhamos com um Tietê limpo onde, quem sabe, possamos até mergulhar. :-)
Claro que o Tevere não é 100%. Tivemos a triste oportunidade de ver um rola-rola de garrafas PET e outras tranqueiras que o povo joga na água e que viram a festa das gaivotas. O rio não é fedorento, o que leva a crer que pelo menos não recebe dejetos dos esgotos romanos. Mas gente tosca existe em toda parte. :-(
Deixando chatices de lado: andamos sem destino (melhor coisa para quem quer se sentir "parte" da cidade e não um turista comum) e, depois de um tempo, chegamos à Piazza Navona. Infelizmente, a fonte principal da praça
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Só conseguimos tirar esta foto. |
Outra reforma nos impediu de ver mais uma atração: o Panteon. Uma das mais antigas edificações da Antiguidade ainda de pé, o templo de todos os deuses estava com sua fachada parcialmente escondida sob andaimes. O interior fica pra próxima! Estamos quase acreditando que deveríamos ter jogado aquela moeda na Fontana de Trevi :-S
Já ia anoitecendo e resolvemos terminar o passeio do dia na Piazza di Spagna. Dica: a não ser que você queira uma rosa, não dê atenção aos vendedores de flores que ocupam a área. Se você fizer qualquer contato visual, eles insistem até fazer a venda. Que praga! Por mais que a gente diga que não quer comprar nada, eles te seguem e continuam a oferecer seus produtos. Um vendedor chegou a dar uma rosa "de graça", saímos andando com ela na mão e o esperto foi atrás elogiando e pedindo uma "contribuição". Devolvemos a flor e ele saiu de cara feia, puto da vida. Depois, conseguimos desfrutar dessa praça cuja escalinata leva até a igreja de Trinità dei Monti. E é com a vista que tivemos lá do topo que encerramos este post. Até a próxima!
E você reclamando que ninguém visitava seu blog de viagem... se eu soubesse dele antes, já estava aqui gastando o verbo e perdendo as horas de trabalho (ou ganhando, né?E :P).
ResponderExcluirTou adorando a "viagem"!! hehe
Huahahah! Agora, aguenta! Vamos postar um monte de coisas e ficar enviando até você dizer chega! XD
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