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terça-feira, 6 de abril de 2010

Roma: Dia 3. Cruzando a cidade

Dia 5 de abril de 2010.

Acordamos cedo e vimos que o clima estava melhor que no dia anterior. Não chovia e em alguns momentos fazia sol. Tomamos um café da manhã reforçado e até exageramos no chocolate (o hotel colocara no buffet um gigantesco ovo de Páscoa quebrado em pedações para os hóspedes se servirem à vontade, e nós não fizemos cerimônia). Resolvemos ir ao Vaticano - a pé.

Mapa da cidade na mão, descemos de novo na estação Colosseo. Mas isso fica perto do Vaticano? Não, são uns 4 ou 5 km Mas vai vendo. Antigamente, diziam que todas as estradas levam a Roma. Bem, em Roma, parece que todas as estradas levam ao Coliseu. O bicho domina a paisagem, é ponto de convergência de várias vias importantes e começar um passeio nessa área, em direção a qualquer canto da cidade, é garantia de um trajeto recheado de beleza e história. Faça o passeio a pé, você não vai se arrepender - e seus álbuns de fotos agradecerão. ;-)

Coliseu, o Anfiteatro Flaviano, nosso ponto de partida... de novo! :)


Seguimos pela Via del Fagutale, onde encontramos uma pequena igreja que nos chamou a atenção por ter uma placa escrita em alfabeto cirílico. Era a igreja Santi Sergio e Bacco, que desde 1970 é a igreja dos ucranianos em Roma. Peraí... São Bacco? Bem pagão.

Andamos até a Rua Cavour e conseguimos ver ao longe parte de outra igreja - é o que mais se vê em Roma. Essa imponente construção era a Basílica di Santa Maria Maggiore. Foi iniciada no século V e sofreu várias reformas através dos séculos. Seu exterior recebeu influências arquitetônicas de diferentes momentos na história. Em seu interior, vemos o teto ricamente ornado em ouro trazido das Américas na primeira expedição de Cristóvão Colombo.

Aqui você pode se confessar em várias línguas, que tudo!!!
Continuamos nosso passeio pela Via Agostino Depretis, que nos levou até o cruzamento da igreja San Carlo alle Quattro Fontane, que toma seu nome das quatro fontes nas esquinas. É um bonito exemplo de arte barroca.



Na mesma rua, chegamos à Via del Tritone. Naquele momento vimos em nosso mapa que estávamos perto da famosa Fontana de Trevi e nos desviamos para lá. Quem estava com pressa de ver o Vaticano? Mas, chegando ali, a área parecia mais lotada que a Parada Gay e mal conseguiamos ver a fonte. Saca a multidão:

E o lugar é impressionante mesmo. Mostra Netuno rodeado por um séquito de tritões tentando controlar cavalos que representam as águas vindas do aqueduto. Mesmo lotado, vale a visita.

Dizem que, jogando uma moeda na fonte, o turista algum dia retorna a Roma. Nós não jogamos coisa alguma... do jeito que somos sovinas, preferimos guardar essa moeda para juntar dinheiro novamente e fazer outra viagem à cidade eterna! :)

Andamos pela Via del Corso e atravessamos a Ponte Cavour sobre o Rio Tibre, que os romanos chamam de Tevere. Do outro lado, passamos pelo impressionante Palazzo de Giutizia, o supremo tribunal romano, e o Castel Sant'Angelo, iniciado pelo imperador Adriano e usado como fortaleza papal na Idade Média. Hoje, é um museu. Diante desses edifícios uma feira se estendia, com barracas oferecendo desde lanches até roupas e acessórios, e aproveitamos para comer uns sanduíches de queijo. Logo adiante estava o Vaticano! Mas a fila para visitar a Basilica di San Pietro rivalizava com a multidão que há pouco enfrentáramos na Fontana e desistimos de esperar horas para conhecer seu interior. Mas mesmo por fora o templo é uma visão belíssima e recompensadora, até para visitantes não-cristãos como nós. ;-)

Isto é fila que se apresente? O que esse povo todo tá fazendo aqui em plena segunda-feira?!
Para não perder viagem, resolvemos ir até os Musei Vaticani, ali do lado - mas o lugar já estava fechado! Fica a dica: para visitar o museu e a célebre Capela Sistina, contígua a ele, chegue antes das 16 horas. Ainda ficamos uns 15 minutos debaixo da garoa que acabara de começar batendo papo com uma jovem americana que, assim como nós, dera com os burros n'água.

E como final de tarde em Roma para nós era hora do almoço, comemos alguns panini, bebemos água e já estávamos prontos para mais caminhadas. Acredite, fazer Roma a pé compensa. Claro que você não poderá ir a todos os lugares a pé (ilustraremos isso em um futuro post), mas caminhar até os pontos turísticos vale a pena, pois no caminho entre uma atração e outra você passará por delícias visuais inesperadas. Roma é uma cidade de pequenas e grandes surpresas, onde você pode virar uma esquina e dar de cara com uma simpática viela de sobrados com flores nas janelas e lambretas estacionadas diante de cantinas, bancas de frutas, comidas e bugigangas mil, pequenas fontes ocultas em becos, esplêndidas igrejas de toda as épocas e até restos da glória de uma pagã. Experiências inesquecíveis.

Atravessamos de novo o Tibre para ver mais Roma!

Vendo esta foto do Tibre, temos que fazer uma crítica a nós, brasileiros, principalmente aos paulistanos: não há na cidade de São Paulo rios "vivos". Ou estão poluídos ou aterrados, contornados por vias expressas que proíbem aos pedestres andar no seu entorno. Nossos avós chegaram a nadar no Tietê em plena Sampa, mas nossa geração sequer tem o direito a uma caminhada prazerosa ao longo do rio. Mas ainda sonhamos com um Tietê limpo onde, quem sabe, possamos até mergulhar. :-)

Claro que o Tevere não é 100%. Tivemos a triste oportunidade de ver um rola-rola de garrafas PET e outras tranqueiras que o povo joga na água e que viram a festa das gaivotas. O rio não é fedorento, o que leva a crer que pelo menos não recebe dejetos dos esgotos romanos. Mas gente tosca existe em toda parte. :-(

Deixando chatices de lado: andamos sem destino (melhor coisa para quem quer se sentir "parte" da cidade e não um turista comum) e, depois de um tempo, chegamos à Piazza Navona. Infelizmente, a fonte principal da praça

Só conseguimos tirar esta foto.
estava em reforma. Tapumes a escondiam e pequenas janelas foram feitas neles para que os turistas pudessem vislumbrar um pouco das suas estátuas.


Outra reforma nos impediu de ver mais uma atração: o Panteon. Uma das mais antigas edificações da Antiguidade ainda de pé, o templo de todos os deuses estava com sua fachada parcialmente escondida sob andaimes. O interior fica pra próxima! Estamos quase acreditando que deveríamos ter jogado aquela moeda na Fontana de Trevi :-S



Já ia anoitecendo e resolvemos terminar o passeio do dia na Piazza di Spagna. Dica: a não ser que você queira uma rosa, não dê atenção aos vendedores de flores que ocupam a área. Se você fizer qualquer contato visual, eles insistem até fazer a venda. Que praga! Por mais que a gente diga que não quer comprar nada, eles te seguem e continuam a oferecer seus produtos. Um vendedor chegou a dar uma rosa "de graça", saímos andando com ela na mão e o esperto foi atrás elogiando e pedindo uma "contribuição". Devolvemos a flor e ele saiu de cara feia, puto da vida. Depois, conseguimos desfrutar dessa praça cuja escalinata leva até a igreja de Trinità dei Monti. E é com a vista que tivemos lá do topo que encerramos este post. Até a próxima!


2 comentários:

  1. E você reclamando que ninguém visitava seu blog de viagem... se eu soubesse dele antes, já estava aqui gastando o verbo e perdendo as horas de trabalho (ou ganhando, né?E :P).
    Tou adorando a "viagem"!! hehe

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  2. Huahahah! Agora, aguenta! Vamos postar um monte de coisas e ficar enviando até você dizer chega! XD

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