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terça-feira, 9 de outubro de 2012

Lyon: Dia 4. Igrejas, Place Bellecour, Museu de Miniaturas e Cinema

Vista de nosso hotel em Croix Rousse.
Decidimos que era dia de ir a um dos muitos museus de Lyon. Difícil escolher... Mas optamos pelo que nos pareceu mais incomum: o Musée Miniature et Cinéma. Convenientemente, ele fica na Vieux-Lyon! Descemos de metrô para não perder muito tempo, mas não fomos diretamente ao centro medieval. Preferimos sair na estação Bellecour, pela qual passamos no dia anterior, explorar um pouco mais a área e atravessar o Saône de lá. Queríamos ver a região em um dia de sol.

Estátua de Luís XIV na Place Bellecour.
A Place Bellecour é basicamente um pátio enorme e vazio, cercado por ruas comerciais muito bonitas. No centro dela encontramos a estátua do rei Luís XIV. Há também um ponto de informação turística, onde pegamos várias revistas e folhetos gratuitos sobre as atrações da cidade. No dia anterior, esquecemos de dizer, chegamos a entrar nesse ponto de infos só para nos proteger da chuva. Acabamos pegando uma revista. Nela, descobrimos mais sobre o Museu de Miniatura e Cinema e percebemos que o lugar valia a visita!
Mais uma vez, a Fourvière dominando a paisagem.
Cruzando mais uma vez o Saône, resolvemos finalmente entrar na Igreja de Saint-Jean.

Fundos da Saint-Jean.
Pátio e torre nos fundos da Saint-Jean.

Interior gótico da Saint-Jean.
Saint-Jean.
Relógio astronômico dentro da Saint-Jean.
O museu fica a poucos passos da igreja, na própria Rue Saint-Jean. E lá fomos nós clicando o caminho.

Um exemplo das ruas de Vieux Lyon.
A invenção do cinema aconteceu nessa cidade. Os irmãos Lumière vieram para Lyon e foi aqui que fizeram os primeiros experimentos que resultaram no início do cinema. Então, nada mais justo do que criar um museu de cinema aqui, né?

Fachada do Musée Miniature et Cinéma.
Além de objetos e figurinos originais de diversos filmes bem conhecidos, nesse museu você encontra também a exposição de miniaturas de Dan Ohlmann, dono do museu e organizador de várias exposições, além de trabalhos de muitos outros artistas do ramo. Nem sabíamos que existia uma arte da miniatura dedicada a criar versões hiper-realistas de lugares e objetos. Longe de parecerem casinhas de bonecas, os ambientes miniaturizados são idênticos em cada detalhe a quartos, salas, banheiros, teatros, celeiros etc. do mundo real. Muitos cenários de cinema ainda hoje são maquetes. Havia uma exposição especial na ocasião com vários cenários do filme Perfume: A História de um Assassino, desde o sinistro laboratório do perfumista serla killer até a perfumaria chique e a banca de peixes na feira. Foi arrepiante. Se você for a Lyon, visite esse lugar. Vale MUITO a pena. Clique aqui para visitar o site do museu.

Além das obras expostas, o próprio edifício do museu é histórico. Trata-se da Maison des Avocats, ou Casa dos Advogados, construída no século XVI.

O museu tem várias fantasias e objetos de filmes. Não preciso dizer quem é o robô aí do lado, né?
São várias salas... tem muita coisa pra ver!
Um dos cenários do filme Perfume: A História de um Assassino. Perfeição!
E nós fomos parar no hospital! Brincadeirinha... a imagem é uma miniatura dentro de uma caixa. Pela foto, ninguém diz, né?
Minibiblioteca.
Mais uma miniatura... é tão real!
Exposição de bonecos do artista Julien Martinez, no mesmo museu. Esse era um dos bonecos menos bizarros.
Passamos quase a tarde toda lá, mas bateu a fome e resolvemos sair para almoçar. Entramos num restaurante simpático chamado Le Petit Glouton e escolhemos um "cervelle de canut", ou "cérebro de trabalhador da seda" (piada que provavelmente só eles entendem...), especialidade lionesa feita com queijo, uma das poucas que podíamos comer por não conter carne.

Os restaurantes típicos de Lyon são chamados de os bouchons lyonaises.

Interior do Bouchon Petit Glouton.
Depois de almoçarmos, andamos sem rumo pela cidade, pois era tarde para procurar outro passeio longo, e visitamos rapidamente a Igreja de Saint-Paul, ainda no centro medieval.
Igreja de Saint-Paul.
Ruas estreitas em Vieux Lyon. Em boa parte delas os carros não entram.
Nessas andanças sem rumo, acabamos parando em várias outras igrejas, como Notre Dame Saint-Vincent e Saint-Nizier.

Esta é a entrada da Saint-Vincent. A fachada fica de cara para o Saône e é estranhamente espremida entre outros edifícios.
Reformada depois de um incêndio no século XIX, a igreja tem colunas neoclássicas! Que falta de imaginação! :)
Igreja de Saint-Nizier, construída e reconstruída em vários momentos da história e finalmente terminada no século XVI.

Na noite do domingo, já havíamos passado por Saint-Nizier e entrado. Era um domingo e o que vimos nos impressionou: uma HORDA de pessoas, a maioria muito jovens, rezando e cantando e lotando a igreja. Não havia nem bancos para todo mundo. Não era um casamento nem nada; era apenas a missa de domingo. Numa metrópole tão agitada, não esperaríamos que as pessoas estivessem em peso dentro da igreja à noite. Muito menos que tantos jovens de 20 e poucos anos se sentissem tão profundamente católicos no século XX. Claro que moramos num país que ainda é bem católico, mas nós não somos, nunca vamos a missas e sempre que entramos em igrejas em São Paulo o que vemos são pessoas bem idosas rezando em silêncio. Não pensávamos que a molecada ainda gostasse de ir à igreja. Então a cena foi bastante impressionante. O clima de reverência e religiosidade era forte, então não nos atrevemos a fotografar o momento. (Nenhuma crítica embutida aqui, antes que alguém leia algo que não escrevemos, OK?)

Mas a gente quis voltar para ver como ela era por dentro. Saint-Nizier é uma igreja curiosa. Apesar de parecer "só mais uma igreja gótica", o interessante é que o local onde ela está já era usado com fins religiosos desde o tempo dos romanos. Na época, havia aqui um templo não cristão. No século V acredita-se que as ruínas do templo foram usadas para construir uma basílica em honra aos mártires, chamada "Igreja dos Santos Apóstolos". No século VI, recebeu túmulos de bispos, inclusive de São Nicetius (o tal do Nizier, vai entender essa adaptação do nome...), que daí deu à igreja esse título. No século VIII, foi atacada por sarracenos e por Carlos Martel. Foi reconstruída no século IX. Mas em 1253 os "hereges" valdenses puseram fogo nela... E do século XIV ao XVII foi sendo re-re-reconstruída.
Saint-Nizier recebe muitos jovens franceses católicos na missa de domingo. Mas hoje estava vazia e pudemos fotografar à vontade.
Entre as ruas do centro "novo" (ou menos velho...), imponentes casarões.
Continuando a epopeia de igrejas, esta é Saint-Bonaventura, completada no séc. XIV.
Interior de Saint-Bonaventura.
Depois, cruzamos o Rhône novamente para ver a parte mais nova da cidade, seguindo em direção ao parque Tête d'Or.
No caminho, várias surpresinhas, como esta igreja de Saint-Pothin, do séc. XIX.
Não resistimos a esta loja de doces e finalmente compramos uns macarones, típicos doces franceses!
A bonita embalagem dos macarones feitas pela Chocolaterie Tourtiller.
Place du Maréchal Lyautey. Bonitas praças como esta estão espalhadas por toda a cidade. A região é bem residencial e por isso muito sossegada.
Esta é a entrada do parque Tête d'Or ( Cabeça de ouro, tá?).

Escultura incomum próxima ao portão de entrada do parque. Repararam? É uma centaura roubando um beijo de um homem  Ó a mitologia sensualizando!
Chegamos tarde ao parque e já estava na hora de fechar, então não vimos muito dele, infelizmente...
Saindo do parque, voltamos andamos pela parte mais moderna da cidade. Escureceu. Chegamos perto do conhecido Le Crayon, prédio que tem a forma de um grande lápis, e entramos em um pequeno shopping. Vazio. E aí, como já estávamos cansados de bater pena o dia inteiro, pegamos o metrô e fomos para o hotel desmaiar.

Um comentário:

  1. Maravilhosas fotos!! Adorei o texto, também!! Ahh, quase dá pra sentir que eu estive por lá, também... Quem sabe um dia? ;)

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