Páginas

domingo, 23 de setembro de 2012

Florença: Dia 1. Rio Arno, Ponte Vecchio e Duomo (por fora).

Rio Arno em Florença
A viagem de trem foi supertranquila. Os assentos são bem mais confortáveis do que os de um avião e há balcões em certos vagões onde você pode comprar sanduíches e bebidas para improvisar um almoço. Foi o que fizemos, para não chegar a nosso destino, às 12h40, roxos de fome. De Veneza saem a toda hora trens para toda parte, principalmente o que vai até Roma, passando por Mestre, Pádua, Bolonha e Florença. É aqui que a gente desce!
Logo de cara, saindo da estação, a primeira impressão já é boa. Uma cidade organizada, arborizada, com ruas largas. Até minha mãe, que não curte velharia, gostaria daqui. Em frente à estação já tem atração turística: a igreja e museu Santa Maria Novella, toda medieval e gótica. Ela tem um jardim particular. Mas não fomos vê-la; estávamos mais preocupados em chegar ao hotel com as mochilas pesadíssimas e o calorão inesperado deste dia no lombo (estava frio e nublado quando deixamos Veneza!). Chegamos, mas o check-in era só às 14 horas, então deixamos o grosso da bagagem em um cantinho e saímos para pernar um pouco. Afinal, a poucos passos daqui fica o rio Arno, e o David AMA rios!

Santa Maria Novella.
O Rio Arno! Na foto, parece um espelho, mas...
Confesso que este rio foi um pouco decepcionante. É um rio paradão, praticamente um lago, com algumas barragens, muita vegetação flutuante e, infelizmente, algum lixo também. Só não é fedido! Os brasileiros não são os únicos que não cuidam de seus rios como deveriam... mas mesmo assim não dá para comparar o Arno ao Tietê. O lixo existe, mas não é tanto, e no entorno, antes das vias expressas para carros, temos calçadas e pontes com passagens para os pedestres e ciclovias.

As pontes são uma atração à parte: hoje mesmo passamos pela Ponte de la Trinitá e pela famosa Ponte Vecchio vecchio mesmo – ponte aqui é substantivo masculino). Essa ponte tem lojas antiquíssimas por cima – antigamente, eram curtumes e oficinas de ferreiros, que foram substituídos por joalherias e oficinas de ourives ainda no século XV e hoje abrigam lojas igualmente requintadas. O mais legal é que os espaços são os mesmos daquela época, a julgar pelas estruturas de ferro e madeira. E deve ser mesmo, porque a Ponte Vecchio foi a única ponte a não ser derrubada pelos alemães ao se retirarem de Florença, quando viram que estavam perdendo a Segunda Guerra. Dá só uma olhada nas fotos...

Ponte Vecchio.
Passagem dos Médici por cima da ponte Vecchio, conhecida como Corredor Vasariano.
Loja antigona fechada na Ponte Vecchio.

Por cima da Ponte Vecchio há uma passagem fechada, o Corredor Vasariano, que a família Médici mandou construir para poder transitar entre seus palacetes, dos dois lados do rio, sem ter que se misturar à gentalha. Hoje, o povão todo pode comprar o ingresso para ver esses palácios: o Ufizi e o Pitti, galerias de arte que expõem, entre outras coisas, peças colecionadas pelos Médici. E de quebra parece que dá para cruzar a ponte. É lá que a gentalha aqui vai farofar amanhã, huahahah! Brincadeira. Sem farofa. A gente só come torrada e banana.

Voltamos ao hotel para descansar um pouco da mochilada. O Hotel Argentina Curtatone é um edifício clássico e nosso quarto é lindo. Não esperávamos nada assim: ele é azul (minha cor preferida evah), dourado e branco, com mobília de época. Mó climão! Chego a lamentar não ter um vestido gigante e uma peruca de meio metro de altura para combinar. O David pegou no sono e eu vou tomar um banho para espantar o calor. Cadê o frio desta Europa, hein? Viemos carregados de roupas quentes e já é outono, mas o verão ainda não se tocou de dar a área. Bom, acho que vamos poder sentir bastante frio – e reclamar dele também, claro – na Suíça, na semana que vem.

Saímos de novo. Fomos andando até o Duomo para conferir que sua fama é merecida: o bagulho é enorme e lindo e domina a paisagem. Mas só pudemos vê-lo por fora, pois já tinha fechado. Percorremos então diversas ruas desta cidade que ainda conserva muitas de suas edificações do Renascimento. As ruazinhas são pitorescas – ainda que menos do que as de Veneza e de um jeito obviamente diferente. Há muitas lojas de lembranças finas (e mequetrefes também), roupas, artigos de couro, joias e antiguidades. Muitos espaços abertos com estátuas e sem canteiros, mas, separadamente, belas praças e grandes jardins como o que fica em volta da Fortaleza da Basso, que tem até um lago.

Santa Maria dei Fiori... popularmente chamada de Duomo!

Detalhes mil que você encontra na entrada da catedral.

Batistério que fica em frente ao Duomo.

E o tal Duomo!!!
Criador do Duomo: Brunelleschi.
Enfim, camelamos um bocado, comemos besteira na rua, voltamos ao hotel, tomamos banho e desmaiamos. No dia seguinte, iríamos cedo ao Duomo!

Sobre o Hotel Argentina Curtatone: nos dias seguintes, veríamos que o quarto lindão tinha lá seus podres. A começar pelas janelas – tão antigas e capengas que não se fecham direito. Neste calorão, os mosquitos estão fazendo a louca. É preciso deixar todas as camadas da janela – venezianas, vidro e chapas de madeira internas – tão fechadas quanto possível durante o dia para não ter sinfonia de pernilongo à noite. Uns trancos parecem ter resolvido. Torcemos. Felizmente, tem ar condicionado – ponto para o hotel.

Hotel Argentina Curtatone.
Quando vimos fotos dos quartos na Internet, tinha banheira. E tem. Oba! Só que ela não tem o tampão para o ralo, e nós o cobramos do pessoal da recepção, mas disseram-nos que não havia tampão. Ou seja, tem banheira, mas só dá para usar o chuveiro.

O café da manhã é bom. Falta, como sempre, alguma fruta, mas tem iogurtes ótimos, leite, achocolatado, café, queijo tipo polenghi, suco e outras coisinhas.

Ah, também escolhemos este lugar por ter wi-fi, mas a conexão não chega ao segundo andar – o nosso – então, nada de Internet no quarto. Tem que descer até o lobby do primeiro andar para usar.

Em resumo, o hotel Argentina Curtatone é legal e bonito, mas tem seus poréns. Só rola se você não estiver querendo mordomia. A gente não liga muito, mas queria web no quarto e banheira para relaxar no fim do dia, né?

Casario antigo às margens do Arno.

Nenhum comentário:

Postar um comentário