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Rio Arno em Florença |
A viagem de trem foi supertranquila. Os assentos são bem mais confortáveis do que os de um avião e há balcões em certos vagões onde você pode comprar sanduíches e bebidas para improvisar um almoço. Foi o que fizemos, para não chegar a nosso destino, às 12h40, roxos de fome. De Veneza saem a toda hora trens para toda parte, principalmente o que vai até Roma, passando por Mestre, Pádua, Bolonha e Florença. É aqui que a gente desce!
Logo de cara, saindo da estação, a primeira impressão já é boa. Uma cidade organizada, arborizada, com ruas largas. Até minha mãe, que não curte velharia, gostaria daqui. Em frente à estação já tem atração turística: a
igreja e museu Santa Maria Novella, toda medieval e gótica. Ela tem um jardim particular. Mas não fomos vê-la; estávamos mais preocupados em chegar ao hotel com as mochilas pesadíssimas e o calorão inesperado deste dia no lombo (estava frio e nublado quando deixamos Veneza!). Chegamos, mas o check-in era só às 14 horas, então deixamos o grosso da bagagem em um cantinho e saímos para pernar um pouco. Afinal, a poucos passos daqui fica o rio Arno, e o David AMA rios!
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Santa Maria Novella. |
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O Rio Arno! Na foto, parece um espelho, mas... |
Confesso que este rio foi um pouco decepcionante. É um rio paradão, praticamente um lago, com algumas barragens, muita vegetação flutuante e, infelizmente, algum lixo também. Só não é fedido! Os brasileiros não são os únicos que não cuidam de seus rios como deveriam... mas mesmo assim não dá para comparar o Arno ao Tietê. O lixo existe, mas não é tanto, e no entorno, antes das vias expressas para carros, temos calçadas e pontes com passagens para os pedestres e ciclovias.
As pontes são uma atração à parte: hoje mesmo passamos pela
Ponte de la Trinitá e pela famosa
Ponte Vecchio (é
vecchio mesmo – ponte aqui é substantivo masculino). Essa ponte tem lojas antiquíssimas por cima – antigamente, eram curtumes e oficinas de ferreiros, que foram substituídos por joalherias e oficinas de ourives ainda no século XV e hoje abrigam lojas igualmente requintadas. O mais legal é que os espaços são os mesmos daquela época, a julgar pelas estruturas de ferro e madeira. E deve ser mesmo, porque
a Ponte Vecchio foi a única ponte a não ser derrubada pelos alemães ao se retirarem de Florença, quando viram que estavam perdendo a Segunda Guerra. Dá só uma olhada nas fotos...
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Ponte Vecchio. |
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Passagem dos Médici por cima da ponte Vecchio, conhecida como Corredor Vasariano. |
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Loja antigona fechada na Ponte Vecchio. |
Por cima da Ponte Vecchio há uma passagem fechada, o
Corredor Vasariano, que a
família Médici mandou construir para poder transitar entre seus palacetes, dos dois lados do rio, sem ter que se misturar à gentalha. Hoje, o povão todo pode comprar o ingresso para ver esses palácios: o
Ufizi e o
Pitti, galerias de arte que expõem, entre outras coisas, peças colecionadas pelos Médici. E de quebra parece que dá para cruzar a ponte. É lá que a gentalha aqui vai farofar amanhã, huahahah! Brincadeira. Sem farofa. A gente só come torrada e banana.
Voltamos ao hotel para descansar um pouco da mochilada. O
Hotel Argentina Curtatone é um edifício clássico e nosso quarto é lindo. Não esperávamos nada assim: ele é azul (minha cor preferida
evah), dourado e branco, com mobília de época. Mó climão! Chego a lamentar não ter um vestido gigante e uma peruca de meio metro de altura para combinar. O David pegou no sono e eu vou tomar um banho para espantar o calor.
Cadê o frio desta Europa, hein? Viemos carregados de roupas quentes e já é outono, mas o verão ainda não se tocou de dar a área. Bom, acho que vamos poder sentir bastante frio – e reclamar dele também, claro – na Suíça, na semana que vem.
Saímos de novo. Fomos andando até o
Duomo para conferir que sua fama é merecida: o bagulho é enorme e lindo e domina a paisagem. Mas só pudemos vê-lo por fora, pois já tinha fechado. Percorremos então diversas ruas desta cidade que ainda conserva muitas de suas edificações do Renascimento. As ruazinhas são pitorescas – ainda que menos do que as de Veneza e de um jeito obviamente diferente. Há muitas lojas de lembranças finas (e mequetrefes também), roupas, artigos de couro, joias e antiguidades. Muitos espaços abertos com estátuas e sem canteiros, mas, separadamente, belas praças e grandes jardins como o que fica em volta da Fortaleza da Basso, que tem até um lago.
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Santa Maria dei Fiori... popularmente chamada de Duomo! |
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Detalhes mil que você encontra na entrada da catedral. |
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Batistério que fica em frente ao Duomo. |
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E o tal Duomo!!! |
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Criador do Duomo: Brunelleschi. |
Enfim, camelamos um bocado, comemos besteira na rua, voltamos ao hotel, tomamos banho e desmaiamos. No dia seguinte, iríamos cedo ao Duomo!
Sobre o
Hotel Argentina Curtatone: nos dias seguintes, veríamos que o quarto lindão tinha lá seus podres. A começar pelas janelas – tão antigas e capengas que não se fecham direito. Neste calorão, os mosquitos estão fazendo a louca. É preciso deixar todas as camadas da janela – venezianas, vidro e chapas de madeira internas – tão fechadas quanto possível durante o dia para não ter sinfonia de pernilongo à noite. Uns trancos parecem ter resolvido. Torcemos. Felizmente, tem ar condicionado – ponto para o hotel.
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Hotel Argentina Curtatone. |
Quando vimos fotos dos quartos na Internet, tinha
banheira. E tem. Oba! Só que ela
não tem o tampão para o ralo, e nós o cobramos do pessoal da recepção, mas disseram-nos que não havia tampão. Ou seja, tem banheira, mas só dá para usar o chuveiro.
O café da manhã é bom. Falta, como sempre, alguma fruta, mas tem iogurtes ótimos, leite, achocolatado, café, queijo tipo polenghi, suco e outras coisinhas.
Ah, também escolhemos este lugar por ter wi-fi, mas
a conexão não chega ao segundo andar – o nosso – então, nada de Internet no quarto. Tem que descer até o lobby do primeiro andar para usar.
Em resumo, o hotel Argentina Curtatone é legal e bonito, mas tem seus poréns. Só rola se você não estiver querendo mordomia. A gente não liga muito, mas queria web no quarto e banheira para relaxar no fim do dia, né?
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Casario antigo às margens do Arno. |
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