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segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Florença: Dia 2. Duomo, Piazza della Signoria, Piazzale Michelangelo


Vista do Duomo.

O Duomo abre às 10 da manhã e logo cedo já tem fila, mas nada que desencoraje. Entramos. A entrada na igreja em si é de graça, mas para subir à cúpula ou conhecer as criptas é preciso pagar ingresso. A inteira para a cúpula custa 8 euros. E compensa ir! Mas não recomendamos o passeio para pessoas que sofram de problemas cardíacos, labirintite, claustrofobia ou obesidade mórbida. Nada disso é avisado na entrada, mas a subida – enfrentada bravamente por turistas velhinhos – tem mais de 400 degraus, é apertada, íngreme e em muitos trechos segue em forma de caracol. A gente, que é jovem e está em relativa boa forma, ficou tonto, cansado e até meio apreensivo, com medo de entalar ali. Rs! Como essa rota passa por dentro das paredes da própria cúpula da igreja, ela não foi feita para turistas, mas aparentemente para a manutenção do local, então a rota para subir e descer é a mesma. Para subir, você se espreme contra quem está descendo. Chega a ser engraçado. Mas, olha, compensa. A vista lá do alto é incrível. É o local mais alto da cidade. Veem-se os outros domos, as pontes, os edifícios, as torres, as montanhas da Toscana e os jardins da casa dos outros. Você pode conferir nas fotos. E a experiência bizarra de trafegar por dentro do Duomo também valeu.
Camila no topo do Duomo.

Caminho dentro do Duomo para se chegar ao topo da Catedral. Esta é a parte fácil, sabe.
Fomos até a Piazza della Signoria, onde há diversas reproduções de grandes obras de arte como o Davi de Michelangelo. Passamos pela parte aberta do Palazzo Vecchio – que é ao mesmo tempo a prefeitura da cidade, um museu e antiga residência dos Médici – e sob as arcadas da Uffizi, também um ex-palácio Médici, que é hoje o maior museu de arte da Itália, bem à beira do Rio Arno e conectado ao Oltrarno pelo Corredor Vasariano, que passa por cima da Ponte Vecchio, levando até o Palazzo Pitti (arrã, mais um ex-palácio Médici). Ainda não sabemos se dá para atravessar por dentro dele quando se compra o ingresso para a Uffizi, feito um grão-duque de Florença, mas pretendemos descobrir! Atenção aqui: muitos dos museus de Florença não abrem às segundas-feiras e alguns só abrem pela manhã. Verifique os dias e horários antes de escolher o passeio do dia.

Netuno posudo (ou Posêidon? Rá!) na Piazza della Signoria.

Réplica de Davi de Michelangelo.

Na Loggia dei Lanzi, na mesma praça: O Rapto das Sabinas.
Atravessamos o Arno via ponte do povão mesmo e almoçamos um risoto de funghi ótimo em um dos muitos restaurantes próximos ao Pitti, o Oltrarno 12. Em Florença, é muito fácil achar risotos diversos, além de, óbvio, pizzas e porções.

Um aparte sobre comida. Nossa experiência até o momento nos obriga a concordar com o comentário-clichê de todo brasileiro que vai à Itália: a pizza de São Paulo é que é boa. Não podemos falar de todas, claro, mas nossa queridinha, a marguerita, que conhecemos como cheia de tomate maduro, mussarela e manjericão fresco, em Veneza e Florença é só uma massa de pizza com mussarela e polpa de tomate. Não tem nem uma fatia de tomate, nem uma folhinha de manjericão para contar a história! É só uma comidinha quebra-galho. Em Roma, dois anos atrás, chegamos a comer uma boa marguerita com tomate italiano adocicado. Mas nas últimas duas cidades não deu, não. A vantagem para nós, vegetarianos, é que aqui é muito fácil achar cogumelos! Em Veneza, comemos uma pizza de funghi simples, mas bastante boa. Em qualquer vendinha de verduras e legumes você acha cogumelos frescos à venda e qualquer restaurante simples tem algum prato com fungos (ainda que vá carne no meio). É de enlouquecer. Pelo menos para nós, né... :-P
Restos da muralha de Florença.
Estávamos só o bagaço e, depois do almoço, fomos até um parque aberto perto do Giardino di Boboli (este, fechado). Os florentinos sabem viver; à nossa volta tinha gente fazendo piquenique com queijo e vinho na grama, em pleno dia de semana. Dormimos na grama. Acordei na marra, porque o David queria andar enquanto ainda era dia. Então, nós contornamos a muralha medieval da cidade – ainda resta uma boa parte dela no Oltrarno, incluindo algumas portas gigantescas – até voltar ao rio. Seguimos em direção à Porta de San Nicoló, remanescente da muralha, e subimos as sacadas da Piazzale Michelangelo, um dos melhores mirantes da cidade – lindo e gratuito. Lá, você curte maaaais uma réplica do Davi, muito verde, bancas de lembrancinhas e bebidas, um restaurante chique (no qual não entramos, claro...) e uma vista privilegiada da cidade. Vale a subida!
Porta di San Nicoló.

Vista de Florença a partir da Piazzale Michelangelo. Ó o Dumo lá!

Piazzale Michelangelo no final da tarde.
Colônia Felina número 3. Quer dizer que há outras, pois? Vou pesquisar, prometo!
Ao lado, há o Giardino delle Rose, silencioso e bem-cuidado grupo de canteiros (não só de rosas) e estátuas. Na rua ao lado, descendo, nós nos deparamos com uma colônia oficial de gatos ferais cercada e mantida pela prefeitura. Olha só que maravilha! Não é que Florença não tenha animais abandonados – provavelmente, tem –, mas as autoridades parecem estar fazendo sua parte para assegurar uma boa vida aos que não podem ser domesticados. Pretendo pesquisar mais sobre isso. Mas na hora já fiquei toda feliz!

Escultura de gato feita por Folon no Giardino delle Rose.
Terminei a tarde dizendo que uma cidade que tem rio, passeios para pedestres, vários lugares antigos e artísticos para visitar, muitos cogumelos para comer e ainda por cima respeito pelos animais deve ser o lugar mais legal do mundo. ;-D

Finalizamos o dia comendo um delicioso gnocchi de sálvia com queijo parmesão, feito na manteiga, na Osteria Il Mostrino, pertíssimo de nosso hotel. Gostamos tanto que prometemos repetir a dose antes de deixar Florença!

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