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quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Milão: Dia 1. Vista geral da cidade.

O Duomo de Milão ao anoitecer.

Disseram-nos que Milão não tinha graça. Que era só uma São Paulo italiana. Que só o que havia para ver eram o Duomo, a Galleria Vittorio Emanuele e trocentas lojas de grife. Mentira! Ou melhor, vá lá: uma questão de ponto de vista. Para nós, que vivemos nossa vida inteira em São Paulo, de fato uma metrópole qualquer não impressiona. Mas Milão tem muito mais do que isso, se você souber olhar.

Milão tem, sim, trocentas lojas de grife, mas elas estão instaladas entre edifícios históricos extremamente preservados. Lembra São Paulo, sim, por ter prédios bastante altos cobrindo longas extensões, dos bem antigos aos muito modernos - mas todos em excelente estado. Tem ruas agitadíssimas, cheias de carro e gente - mas também muito limpas e bem cuidadas. É bem mais verde do que nós esperávamos. E além do Duomo, da Vittorio e das lojas, ainda tem museus, igrejas muito antigas, praças e o formidável Castello Sforzesco - que é simplesmente imperdível se você gosta de lugares com ar medieval, capazes de te transportar no tempo.

Por isso é que nos arrependemos de ter reservado apenas um dia e meio para a cidade, achando que ela pouca graça tinha. Saímos de lá com a certeza de que, se um dia passarmos novamente pela região, nós visitaremos Milão novamente.

Infelizmente, só pegamos o trem de Florença a Milão no meio do dia, por isso a viagem comeu boa parte da nossa primeira tarde. No trem encontramos um senhor italiano que, percebendo que estávamos conversando em português (que ele alegou dominar um pouco), puxou conversa e fez questão de nos falar muito bem de sua cidade - ele era milanês. Indicou os principais pontos que considerava imperdíveis, chegando a desenhar um mapa para nós sabermos como chegar a determinada igreja. Também cantarolou em dialeto milanês e declarou-se um amante de MPB clássica.

Nossa interação com o tio milanês foi bem divertida, mas... Ficamos tão distraídos que eu, Mila, esqueci meus dois casacos mais quentes dentro do trem. Desde Florença eu o estava só levando para passear, porque na Toscana pegamos muito calor. Eles não fizeram falta em Milão, mas sabíamos o frio que nos aguardava na Suíça e, poxa, eram meus dois casacos mais quentes! Mas beleza. A viagem continua.

Nessa meia-tarde em Milão, chegamos ao Hotel Brasil, perto do metrô Palestro - um bizarro hotel que ocupa apenas o quarto andar de um edifício histórico. Você tem que decidir entre subir até lá num elevador esquisitão ou usar as escadas. Como o elevador não nos inspirou confiança, fomos a pé, com as malas pesadíssimas mesmo. Os banheiros ficavam no corredor do hotel e eram compartilhados, mas não tivemos nenhum problema com isso. O bairro era bom, residencial, tranquilo à noite e simpático de dia. O lugar era confortável, o café da manhã, bom, e a equipe, simpática - ganhamos até um mapa detalhado da cidade. E dava para tomar banho e escovar os dentes no próprio quarto. Só não se podia fazer os números 1 e 2 em banheiro privativo. Sem problemas.

Igreja de San Babila, do século XI.

Como tínhamos pouco tempo, resolvemos apenas andar pela cidade, indo a pé de nosso hotel até o centro para ver o Duomo e a Galleria. No caminho, topamos com a Igreja de San Babila, uma construção em estilo românico iniciada no século XI. Apesar das sucessivas reformas ela ainda retém sua aparência medieval original. É sempre suspreendente deparar com uma construção da idade Média no meio de uma imensa avenida moderna...

Órgão no interior da Irgeja de San Babila.

Chegamos ao Duomo no final da tarde e demos de cara com a catedral em obras. Claro! Essas coisas antigas precisam de manutenção, e que momento melhor para isso senão a baixa temporada, né? Percebemos que não poderíamos seguir o conselho do tiozinho do trem e subir no topo do Duomo para apreciar a vista. Uma pena. Mas pior do que isso foi ver a catedral embrulhada num tapume publicitário. Realmente, as grifes não perdem tempo. Ainda assim o lugar proporciona uma visão belíssima.

Centro da cidade, com o Duomo em destaque (e em obras...).

Ainda na Piazza del Duomo fica a famosa Galleria Vittorio Emanuele III, impressionante e monumental. A visita vale mesmo que você não queira fazer compras nas lojas desse shopping center italian style. O lugar é bonito em cada detalhe.

Mas deixamos o resto da cidade para ver à luz do dia... Amanhã tem mais!

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